Iniciar o processo de compra de uma casa é um caminho repleto de questões, especialmente quando se trata do crédito habitação. Este instrumento revela-se essencial para que a grande maioria das famílias concretize o sonho da casa própria.
Contudo, é importante compreender que nem todos os pedidos de empréstimo são aprovados de imediato. Isso se deve ao fato de que os bancos, embora não haja uma quantia máxima de financiamento definida por lei, devem aderir às diretrizes estipuladas pelo Banco de Portugal. É a aplicação dessas diretrizes que molda o valor máximo do empréstimo concedido.
Mas afinal, em que se baseia a concessão de crédito?
As instituições financeiras consideram diversas variáveis ao analisarem os pedidos de crédito habitação:
- Valor do imóvel: Um dos fatores determinantes é o valor do próprio imóvel. De acordo com as recomendações do Banco de Portugal, o empréstimo máximo geralmente não ultrapassa os 90% do valor de aquisição ou avaliação do imóvel, o que é conhecido como rácio LTV.
Por exemplo, se o valor de compra de uma casa é de 200 mil euros, mas sua avaliação fica em 180 mil euros, o banco poderá emprestar até 162 mil euros (90% de 180 mil). O restante deverá ser coberto pelo próprio cliente. Essa percentagem pode variar conforme o tipo de habitação adquirida.
- Capacidade de endividamento do cliente: Outro aspecto crucial é a capacidade de pagamento do cliente. Os bancos avaliam a taxa de esforço, ou seja, a proporção do rendimento familiar destinado ao pagamento das prestações do crédito. Isso é calculado usando o rácio DSTI (Debt Service-to-Income).
De acordo com as recomendações do Banco de Portugal, o DSTI não deve ultrapassar 50% do rendimento familiar. No entanto, existem exceções permitidas dentro desses limites.
- Idade do cliente: A idade do cliente também é levada em consideração. Quanto mais velha a pessoa, menor pode ser o prazo do contrato de empréstimo. Por exemplo, para pessoas com mais de 35 anos, o prazo máximo costuma ser de 35 anos.
Esses critérios visam minimizar o risco de inadimplência e impedir que o setor financeiro assuma riscos excessivos na concessão de novos empréstimos.
Em suma, embora não haja uma quantia máxima universalmente estabelecida para o crédito habitação, os bancos devem ponderar cuidadosamente diversos fatores antes de conceder um empréstimo. É a combinação desses elementos que define o valor máximo que cada pessoa pode solicitar, tornando o processo de obtenção de crédito uma jornada meticulosa e personalizada para cada indivíduo.